Conhecendo a Rússia

SOBRE OS TRILHOS DA SIBÉRIA

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DIÁRIO RUSSO - Reportagens

Veje a reportagem feita pelo jornalista Marcelo Torres, do SBT, quando de sua visita à Moscou, cuja intérprete dele foi a Ekaterina e, foi através destas reportagens que, conhecemos, contactamos e ficamos amiga da nossa, também interprete, Ekaterina:









Diário


A SEGUIR, QUINZE DIAS DE UMA FANTÁSTICA E EMOCIONANTE VIAGEM

Bem vindo a bordo.

A viagem iniciou dia 01 de agosto, com embarque em Curitiba, num vôo da Gol, em conexão com o vôo da Ibéria em Guarulhos, com a decolagem às 18:00 horas, em Cumbica,  e a aterrizagem  em Madri.

02 de agosto de 2010

Chegada na escala em Madri, às 7:00 horas, para o reembarque com destino a Moscou às  09:20 horas.
O aeroporto de Madri  nos impressionou pelo seu tamanho e beleza. Caminhamos de um lado ao outro no corredor dos portões de embarques e cronometramos treze minutos para fazer este percurso.
O controle feito em Madri, pelas autoridades espanhola é rigoroso. Não passa nada sem ser revistado.
O avião decolou às 10:00 Hs e chegou em Moscou às 17:30 horas,  horário de Moscou, considerando  um fuso horário de mais duas horas com relação a Espanha.
Chegando em Moscou tudo foi muito tranqüilo no aeroporto.
A autoridade de migração russa pegou nosso passaporte, olhou bem, falou baixinho com o companheiro do lado, percebi que estava indagando ao amigo do lado pelo visto que nós não tínhamos.
Olhou para uma agenda cheia de anotações que havia na mesinha e então, lá deveria estar escrito algo que a informasse que os brasileiros não necessitam mais de visto consular para entrar na Rússia.
Carimbou nossos passaportes, pegamos as malas e saímos do aeroporto  sem que mais nenhuma autoridade nos fiscalizasse, ou seja, passamos na aduana como se fôssemos cidadãos russos. A L Í V I O.
Pisamos, enfim, no lado de fora do aeroporto, sentimos a satisfação plena de pisar em solo russo e lá estava a nossa intérprete, a moscovita Ekaterina. Ela estava com uma linda camisa do Brasil, escrita com S, sorridente, nos deu um caloroso abraço, como se fosse nossa velha amiga.
Fomos para o hotel, a Ekaterina nos levou até dentro de nosso apartamento, nos deu um celular com crédito, para que estabelecêssemos contatos no momento que necessitássemos para nos comunicar com os profissionais do hotel, pois falam muito pouco o inglês ou quase nada. Este celular foi a salvação em vários momentos.
Enfim, dormimos pela primeira vez na Rússia.

Dia 03 de agosto.

A Ekaterina chegou cedo para nos apanhar no hotel, às 08:00 horas e partimos, de metrô para o centro de Moscou.
Primeira grande experiência nesta metrópole.
Iniciamos logo cedo, às 09:00 horas a visita à Praça Vermelha, tiramos várias fotos na praça e logo em seguida fomos para a fila que estava se formando para visitar o Mausoléu de Lênin.
A visita ao Mausoléu inicia-se sempre às 10:00 horas e sempre há muita gente para visitar. Nós entramos na fila às 09:30 horas e já havia mais de 20 pessoas na fila. Quando estávamos entrando no portão, já havia mais de 200 pessoas e foi se formando uma fila cada vez maior e assim foi o  dia inteiro.
O acesso ao Mausoléu dar-se pela parte externa do Kremlin, ou seja, está de frente para a Praça Vermelha.
Para entrar no Mausoléu o celular e câmera fotográfica deverá ficar guardado num espécie de  guarda-volumes, pois lá não se pode tirar fotos. As bolsas são revistadas num raio-x  e o visitante também passa num detector de metais.
Ao entrar na porta principal você já encontra dois guardas russos, perfilados em posição de sentido, olhando firme para cada um que entra. A cada corredor que se dobrava à esquerda ou à direita havia dois guardas. Não é permitido falar nem cochichar e a fila não para, ou seja, é igual a um velório.

Após a visita ao Mausoléu, entramos no Kremlin.
Entrando nos  enormes portões desta fortaleza,  você sente uma emoção a parte, entrando num lugar onde, na história recente do mundo,  nem perto era permitido chegar e, foi ali também que foram tomadas grandes decisões pelos líderes soviéticos ao longo de mais de 70 anos.

Logo na entrada há o monumento ao Soldado Desconhecido tendo diuturnamente um soldado em cada lado, perfilado sem qualquer movimento. Eles ficam lá olhando para o horizonte, sem se mexer, naquele calor de quarenta graus e a cada cinco minutos, passa um guarda, levanta o quepe de cada um para entrar ar, passa um lenço na nuca e no rosto deste sentinela, ajeita o uniforme, arruma o fuzil, faz continência, vira-se, levanta a perna direita até na horizontal e parte em marcha. Assim é 24 horas por dia.

O jardim do Kremlin é muito lindo, há fontes,  há carrinhos vendendo sorvete e água, pessoas se refrescando nas fontes, enfim, literalmente um clima de novos tempos.
Os guardas passam, zelam pela disciplina no local, mas a circulação das pessoas é tranqüilo.
Nas fotos que serão inseridas após estas narrações, haverão links para lhe proporcionar uma leitura completa de cada local visitado.

Logo que iniciamos as visitas já sentimos a tranqüilidade e a segurança que nos deu, ter uma intérprete exclusiva que dominasse o português. Sentimo-nos em casa e não perder nem um instante em dúvidas e idas-e-vindas em vão.

Nas fotos poderão ser constatado a gravidade que está a situação dos incêndios nas regiões que cercam Moscou. Muita fumaça. As fotos estão opacas, pois a visibilidade é muito pequena.
O calor chega a 42 graus e a respiração começa a ficar pesada pela fumaça.

Visitamos Moscou inteiro com o metrô que é eficiente e há ramais para todas as regiões que se pensa andar.
O metro de Moscou tem 270 kilômetros de linha e  há novas inaugurações anualmente em várias linhas.

Depois de visitar todo o complexo turístico da Praça Vermelha e todo o Kremlin, fizemos um tour pelo Rio Moscou, de onde se tem uma vista panorâmica de toda a cidade e a parte dos fundos do Kremlin.

Seguimos para o hotel para repor as energias.
O ar condicionado do hotel deixou de funcionar e não podíamos abrir a janela porque a fumaça invadia o apartamento. Um grande cheiro de capim queimado. Suportamos e dormimos umas horas.
O cansaço era superado pelas belezas que vimos e que iríamos ver no dia seguinte.

O inglês dos profissionais do hotel ajudam a se comunicar, mas nem sempre tem alguém de plantão para lhe ouvir a gaguejar em inglês.
Nestes momentos utilizamos o livreto RUSSO/PORTUGUÊS que carregamos debaixo do braço.
Também valeu a pena o meu spassiba(obrigado) e da svidânia (até logo) que decorei, além de mais umas frases chaves para prender a atenção de algum russo.

Dia 04 de agosto.
Neste dia, com mais fumaça das queimadas que o dia anterior e mais calor também saímos cedo.
A Ekaterina  chegou de carro com o seu amigo Mickail (Micha), nos pegou no hotel, fizemos o check-out e deixamos as malas o dia inteiro no carro do Micha, pois no final da tarde iríamos para o aeroporto embarcar para Ekaterimburgo.

Andando de carro por Moscou nos deu uma liberdade incrível. Nos sentimos cidadãos moscovitas, livres por todos os cantos.

Fomos ao Convento Novodevichy,  onde alguns czares internavam para sempre suas ex-mulheres e também várias personalidades estão enterradas, também a Colina dos Rouxinóis onde fica a Universidade de Moscou edificada no período de Stálin, passeamos também na Velha Arbat, um calçadão onde se compra lembranças de todos os tipos e também onde há várias construções no velho estilo russo. Tudo muito lindo.

Há algumas edificações, cuja estilo arquitetônico é denominado (construção ou prédio do Stalin).
Há um prédio administrativo, às margens do Rio Moscou, que sua continuação foi interrompida, pois os arquitetos e engenheiros não queriam que este prédio ficasse pronto em grande altura, evidenciando a vontade de Stálin. Fizeram o acabamento com baixa altura e hoje abriga vários escritórios administrativos, oficiais ou não.
Logicamente, a decisão destes engenheiros foi após o fim da União Soviética.

Rodando por várias avenidas de Moscou, via-se por todos os lados carros importados de todas as marcas e todos os lugares do mundo.
Os Ladas estão por aqui, mas em muito pouca quantidade.  Igual aos nossos carros dos anos 70 e 80 que já se vê em pouca quantidade no Brasil, assim  é a quantidade de Ladas aqui em Moscou.

Seguimos para estação de trem para irmos ao aeroporto.
Lá nos despedimos do Micha, um verdadeiro amigo, simpático que está se esforçando para aprender o português.
Ele é fotografo e também faz filmagens e fotos de casamentos e eventos.
Uma pessoa doce que não se encontra fácil em qualquer lugar. Doou-se para nós o dia todo, com seu veículo. Antes de nos despedir, damos para ele uma quantia em rublos para as despesas com combustível. Ele recusou e disse que para amigos não há valor, não tem dinheiro que paga a satisfação de estar junto. Devolveu o dinheiro.
Assumimos o compromisso de levar um bom presente para ele e, logicamente, recebê-lo no Brasil com o calor fraterno que ele merece, pois é o mínimo que deveremos fazer.
Sentimo-nos privilegiados em conhecer uma pessoa na Rússia, que tornou-se nosso amigo,  da qualidade do MICHA.
Mais uma vez, MICHA, ao leres este blog deixamos o nosso mais FRATERNO ABRAÇO.
    
Lá, embarcamos num trem expresso, bem moderno, confortável e rápido.
Foram 30 minutos até ao aeroporto.
Embarcamos num Aibus 319, da Aeroflot, com destino a Ekaterimburgo, um vôo de três horas, com conforto e um bom serviço de bordo.

05 a 08 de agosto.

Aterrizamos em Ekaterimburgo às 22:45 horas, horário local, 20:00 horas horário de Moscou, ou seja, um vôo de quase três horas para dois mil kilômetros.

No aeroporto estava nos esperando o Andrei, funcionário do Hotel Verona, que tinha em sua mão uma papel escrito o nosso nome. Uma boa recepção e nos sentimos em casa.

Ekaterimburgo é o maior centro industrial da Rússia depois de Moscou.
É uma cidade grande e linda, muito linda.
Há também nesta cidade várias igrejas, cujo conjunto arquitetônico encanta qualquer um.

Foi em Ekaterimburgo que o último czar russo, o Nicolau II (dinastia Romanov) foi assassinado pelos bolcheviques.

A casa que ele e sua família foi assassinada foi demolida e lá foi erguida um santuário (Igreja do Sangue).
Após serem fuzilados, o corpo do czar foi jogado em um bosque. Neste bosque há hoje um seminário e um túmulo ao lado do buraco onde o corpo foi jogado.

Fomos muito bem recebidos em Ekaterimburgo fazendo com que nos compromissamos em retornar nesta amável cidade e ficar uns dois dias. Há muitas coisas para serem visitadas lá, porém o tempo não nos permitiu e por este motivo nos comprometemos em voltar lá numa outra oportunidade.

O funcionário do hotel, Andrei, foi que nos recebeu no aeroporto, nos acomodou no hotel e, no outro dia, fez um city tour conosco antes de nos levar à estação de trem.
Ficou conosco por toda a cidade e ajudou-nos na estação, carregando as malas e aguardou o trem chegar,  ou seja, ficou duas horas na estação conosco. Quando o trem chegou, nos ajudou a levar as malas até a nossa cabine e então se despediu.
Ficou nosso amigo e quer conhecer o Brasil e, certamente, o recepcionaremos em nosso País da forma mais calorosa possível. O Andrei é uma pessoa dotada de uma ótima educação, um cidadão calmo e alegre.
Aliás, cabe colocar aqui neste parágrafo que a frase tradicional (quem vê cara não vê coração) aplica-se bem ao povo russo. É um povo acolhedor e amável, porém você não consegue sentir esta amabilidade e hospitalidade quando não se convive com eles.  

Embarcamos a noite, 23:00 horas (horário local) e 20:00 horas (horário de Moscou) no Expresso Transiberiano,  para viajarmos 3.800 km, até Irkutsk (LagoBaikal).
No momento em que o trem parou na estação, vindo de Moscou, pois sua saída deu-se há dois dias, uma emoção forte tomou  conta de nós, pois este era o maior sonho e o propósito desta viagem pela Rússia.

Imediatamente subimos no expresso com todas as malas a bordo e fomos identificar nossa cabine.
Vagão nove, cabine seis. Um quarto com duas camas, confortável, segura, com porta bem trancada, cuja privacidade não deixa qualquer dúvida.

Já iniciamos o nosso relacionamento com os vizinhos, um casal francês, duas mulheres espanholas e um amigo especial, o Alexander.
Alex é um cidadão que reside em Ekaterimburgo, porém trabalha  com equipamentos de informática e estava indo a serviço na cidade de Krasnoyrsk, há 3.000 km de Ekaterimburgo.

Passamos várias horas desta primeira noite, tomando chá, comendo bolachas e conversando português, inglês e russo, tudo acompanhado por uma hilária mímica, o idioma universal.
Mesmo que tínhamos a Ekaterina para nos auxiliar na tradução, preferimos forçar a comunicação entre nós, sem o auxílio dela, para que tivéssemos condições de aprender alguma coisa em outro idioma. Esta também era a vontade do Alex.

Ao embarcar neste lendário EXPRESSO TRANSIBERIANO você sente algo que não se consegue traduzir.
Várias coisas aconteceram na Rússia, cujo cenário e logística passaram pela Transiberiana, quer seja na época dos czares, na época do regime soviético, quer seja na área cinematográfica ou na filosofia e história geral.
Um filme passa em sua cabeça quando você escuta o barulho peculiar das rodas e molejos (tplec-tplec-tplec) além de seu gostoso balanço.

Tudo é muito bom, confortável, seguro, curioso e belo.
Cama boa, quarto privativo e seguro, refrigeração e aquecimento na medida certa, banheiro limpo, bom restaurante, bom serviço de bordo, feito pelas (piatnitsa), zelosas e atenciosas.
Um vizinho visita o outro, troca-se informações de diversas culturas em diversos idiomas, enfim, é a viagem dos sonhos.

Viajamos no Expresso Transiberiano desde o dia 05 de agosto a noite até o dia 8 de agosto pela manhã,  totalizando 56 horas de viagem e aproximadamente 3.800 km.
As paisagens da Sibéria em toda a extensão são maravilhosas. Vê-se vários tipos de vegetação, aldeias, cidades média e grandes, vários complexos de integração do sistema ferroviário, prospecção de petróleo, rios grandes, enfim, tudo muito maravilhoso.
Viaja-se todo o percurso sem pensar no destino. O destino é cada nova paisagem.
Também neste percurso fizemos uma grande amizade com o Alexander (Alex), do qual fiz comentários no inicia desta leitura.
Também quer  conhecer o Brasil, quer receber brasileiros na Rússia,  enfim, ficou encantado com tudo. Para ele os quase quatro mil kilômetros passou muito rápido.
Ele fazia chá para nós a cada momento. Era muito prestativo.
Alex, ao leres este blog, reiteramos  nosso convite para nos visitar no Brasil e enviamos-lhe um forte abraço.

O trem fazia paradas pequenas nos pequenos e médios vilarejos e, ao chegar em grandes cidades como: Novozibursk, Omsk e Krasnayarsk, as paradas eram de 30 a 40 minutos.
Todo o comboio viaja pelo horário de Moscou, no trem tem um relógio em cada vagão, com o intinerário ao lado para ninguém perdê-lo, além de os relógios nas estações também estarem com o horário de Moscou.
Há um bom sistema de som avisando as partidas pois sempre é feita exatamente no horário.

Há tantos trens e linhas férreas na Sibéria, que me leva a crer que há mais trem na Sibéria do que ônibus interestaduais partindo do Terminal do Tietê por noite.
A Sibéria é toda cortada por estrada de ferro. Vê-se trem chegando e saindo de todas as partes. Nem em filme vi algo igual.

Todos são movidos a eletricidade.  Na rota Moscou/Vladivostok, 9.800 Km, há somente um pequeno trecho que não há rede elétrica interligada e portanto algumas máquinas a diesel fazem este percuro. Vão até o próximo ponto que possuem eletricidade e retornam com outro comboio.
Tudo na Rússia é movido sobre trilhos. Uma logística fantástica.

Um detalhe interessante foi a forma como alguns russos ainda vêem estrangeiros que filmam paisagens e monumentos.
Presenciei dois casos onde eles suspeitam filmagens de visitantes como espião americano.
Um deles, que embarcou na penúltima estação de onde iríamos descer, colocou suas malas na cabine dele e ficou no corredor. Era um senhor de aproximadamente 75 anos, baixo, forte, grisalho. Eu estava filmando um complexo industrial de prospecção de petróleo na Sibéria e ele falou: (expion merican). Eu falei para ele que sou do Brasil, me olhou meio ressabiado mas fomos travando uma conversa, ele num inglês arrussado e eu no meu inglês abrasileirado, fomos indo. Ele disse que foi general três estrelas da infantaria do exército soviético e por isso ainda pensa assim, mas que está tudo bem, sorriu, me falou em que lugares que a Rússia prospecta petróleo em grande quantidade e também me lembrou que o acidente de Chernobil foi na região da Ucrânia pois eu não me lembrava e pensava que fosse na Sibéria.      


De 08 a 12 de agosto.
Em 08/08/2010, àss 04:45 da madrugada, horário de Moscou, 16:45 do dia 07, horário do Brasil, e 10:45 horário local, chegamos em Irkutsk, há 70 km do Lago Baikal, nosso destino final.
Em Irkutsk há um dos maiores entroncamentos das linhas férrea da Rússia.
Deste complexo terminal  ferroviário, são feitas conexões para Vladivostok, Mongólia/China, Norte da Sibéria, enfim, para todos os lados da Rússia.

Da estação de Irkutsk, seguimos de van, que estava nos esperando, para o Lago Baikal, onde chegamos às 12:15 hs., horário local, 00:00 hs. no Brasil.
Nos acomodamos num maravilhoso e confortável hotel,  com vista de frente para o Lago Baikal, onde almoçamos, fizemos a cesta e atualizamos nossos arquivos de fotos.
Aqui no Baikal ficaremos até o dia 12, próxima quinta-feira, quando então partiremos para Irkutsk para embarcar no avião, rumo a São Petsburgo.

No Baikal, há vários passeios de barco, alguns pode-se pernoitar, outros passar o dia e almoçar nele e alguns pode-se fazer passeios de uma hora e foi neste que fomos.
Neste passeio permite uma visão panorâmica de todo o lago e de toda a vila, também pode-se chegar ao ponto onde o lago atinge até 500 metros de profundidade porém, o ponto mais profundo do lago é de 1.650 metros.
O povo local cultua muito misticismo neste lago. Há um ponto, em que uma pedra emerge do lago e lá diz-se que os nativos a tinham como o Deus deles e todos colocam moedas na pedra e fazem pedidos.
Também toca-se na pedra e faz-se pedidos de vida longa, dinheiro, etc.

Visitamos, Taltsy - um museu a céu aberto de arquitetura em madeira, o museu do Lago Baikal, passeamos no teleférico, com um panorama fantástico para o Lago Baikal.

Comemos muito peixe lá no Baikal. O peixe mais tradicional é o emul, que tem muita semelhança com a truta. É um peixe excelente, assado na folha de alumínio e servido com batata. Era o nosso prato predileto na maioria das refeições.

No Baikal há hospedagens para todos os gostos e todos os orçamentos.
Nós ficamos num hotel muito bom, categoria quatro estrelas, porém um preço bem módico. Fica de frente para o lago.
Há muitas pousadas e campings que, na primavera ou verão, é excelente acampar. As pousadas e hotéis têm boa calefação para os invernos rigorosos.

Os nativos do Baikal são hospitaleiros e esforçam-se para lhe entender e atender no que for necessário.

Também o que chamou a atenção neste lago, é a quantidade de barcos e iates que estão ancorados lá.
Tem alguns que ainda têm a bandeira do Estado Soviético ao lado da bandeira da Federação Russa no mesmo mastro.
Como já comentamos, o saudosismo na Sibéria é grande, quando se fala em CCCP.

De 13 a 15 de agosto..

Saímos cedinho do hotel que estávamos no Lago Baikal e partimos para Irkutsk, que fica há uns 60 kilômetros de distância. Uma van nos levou até lá. Cobrou o equivalente a R$ 100,00, ou seja 1.500 rublos.

Em Irkutsk permancemos o resto da tarde e pernoitamos lá para então embarcar no avião no dia seguinte, bem cedinho, com destino a São Petesburgo.

Irkutsk vale a pena visitar. Não tínhamos agenda para mais tempo e por isto, quando voltarmos lá, programaremos para ficar dois dias e conhecer toda a beleza arquitetônica e paisagística que aquela cidade proporciona.

Chovia e fazia frio, mas mesmo assim deu para fazer um city tour durante a tarde e conhecer a Praça Kiev, com um belíssimo jardim, o monumento do Czar Alexandre III e várias casas em madeira bem antigas. Irkutsk é famosa por estas casas de madeira.

Nesta cidade há também grande base militar russa. É uma cidade com grande fluxo de veículos e o trânsito um tanto caótico. Com 600 mil habitantes, tem mais de 500 mil veículos, transitando junto com bondes elétricos por toda a cidade.
Verifiquei que há boa disciplina dos motoristas, os quais respeitam os cruzamentos, sinais de trânsito e faixas de pedestres.

O hotel de Irkutsk que nos hospedamos, oferece ótimo conforto, boa comida e um bom atendimento. Lá encontramos pão de queijo mineiro. Perguntamos se era importado, tamanha era a semelhança e sabor com o nosso (mineirinho) e, no entanto, foi o próprio padeiro do hotel que desenvolveu este pãozinho.

Realmente vale a pena visitar Irkutsk quando se faz uma viagem pela Transiberiana.

Levanta-nos cedinho, às quatro horas, com fuso horário de seis horas de Moscou e 12 horas do Brasil.
O hotel nos reservou o kit café da manhã, um ótimo café, que levamos e fizemos nossa refeição matinal numa lanchonete do aeroporto. Uma prática comum naquela cidade nesta hora da manhã. Leva-se o kit que pega-se no hotel e senta-se numa das mesinhas das lanchonetes.

O aeroporto de Irkutsk é enorme. Para uma cidade de interior, nos surpreendemos com o tamanho do terminal aeroportuário.
Naquele aeroporto, não se ouve e nem se lê outro idioma que não seja o russo. Chegadas, partidas, avisos, enfim, tudo era pronunciado em russo.
Aliás, de Irkutsk para a frente, ou você tem um intérprete ou tem um guia, caso não saiba ler o cirílico ou não entenda e fale o russo. 

Embarcamos no horário num Airbus 319 da companhia Rassia, um a empresa aérea do governo russo.
Foi um vôo tranqüilo, de seis horas.

Chegamos em São Petesburgo às 13:00 hs,  cansados, porém maravilhados com o que encontramos.

Saindo do aeroporto, tudo era curioso e emocionante. Em poucos instantes já começamos a ver o que líamos e o que víamos em filmes e em reportagens.

São Petesburgo é muito lindo mesmo. Uma cidade planejada há mais de 300 anos, com suas construções imponentes, praças grandes, canais, rios, lagos, jardins, palácios, enfim, encantadora.

Vários locais de São Petesburgo estão nas fotos deste blog, onde sugerimos as leituras dos respectivos locais, nos links que lá inserimos.

Há uma grande diferença entre os habitantes de São Petesburgo e os de Moscou. Os habitantes de Piter, como dizem os moscovitas,  parecem curtirem mais a vida dos que os moscovitas.
Um dos exemplos é o comportamento deles na escada rolante: os moscovitas correm pelos degraus para chegar antes que qualquer outro e os de Piter, ficam parados, encostados nos corrimãos das escadas aguardando, pacientemente, até que seu degrau chegue na plataforma final da escada.
E estas escadas rolantes são profundas. Nos filmetes que estão sugeridos no anexo deste blog, pode-se ter uma noção da profundidade das estações de metrô de São Petesburgo.
Alguns lêem jornais na escada para aproveitar o tempo.

Uma outra curiosidade de São Petesburgo, é o trânsito. Uma cidade cortada por pontes, pois há lá vários canais que cortam a cidade, além do Rio Neva que desemboca do Golfo da Finlândia (Mar Báltico). Não há congestionamento em qualquer hora do dia. O trânsito flui de forma espetacular.
Também há uma boa dose de paciência destes motoristas russos. Quando um carro para numa pista de rolamento, por qualquer motivo, o motorista que está atrás aguarda pacientemente sem buzinar ou sem demonstrar irritação.   

Recomenda-se conhecer São Petesburgo de barco e também com um ônibus doble deck que fazem city tour em vários horários do dia e da noite.
Desta forma tem-se visões de vários ângulos, ou seja, visto de dentro e fora dos rios e canais.

Contrata-se facilmente guias que falam o espanhol em São Petesburgo.

Depois de visitarmos todos os pontos turísticos de São Petesburgo, além de vários pontos da cidade, fazermos compras em supermercados e lojas, nos preparamos para voltar a Moscou, nosso ponto de partida para o regresso.
Ficamos três dias em São Petesburgo. Não precisa mais que isto.
Já decidimos que retornaremos lá no inverno, quando então aproveitaremos para conhecermos também  a Finlândia, Estônia, Lapônia  e Lituânia.
Além de gostarmos de curtir o frio, a paisagem destes locais, em pleno inverno, é fantástica.

Embarcamos para Moscou, no dia 15 de agosto, domingo, às 19:45 hs, num trem expresso,  cuja velocidade atingia 220 Km/h.
Para rodarmos 700 kilômetros levamos um pouco mais de três horas. Um conforto excelente e bom serviço de bordo. Uma forte concorrência para as empresas aéreas que operam neste trecho.

Descemos na enfumaçada cidade de Moscou, com um enorme calor e um forte cheiro de fumaça, hás 23:00 hs.
Fomos direto para o hotel, descansarmos um pouco para então sairmos às quatro da madrugada com destino ao aeroporto e embarcamos para São Paulo, com escala em Madrid.


16 de agosto.
Enfim, uma apaixonante e emocionante viagem.
Saímos da Rússia com saudade.
Na despedida, sentimos o quanto foi bom o convívio com o povo russo nestes quinze dias.
Assumimos o compromisso de retornar no inverno e conhecermos a Rússia no inverno, onde foi cenário de vários filmes e acontecimentos.

Aos nossos amigos que conquistamos na Rússia e, a você, que nos acompanha neste blog, deixamos o nosso mais sincero abraço e um convite a conhecer a Rússia.
Estamos a disposição para qualquer dúvidas, perguntas, curiosidades, etc.

Até breve.

Amaro e Darci. 

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